quarta-feira, 12 de maio de 2010

Contentamento

O consumo infantil é um tema que me interessa. Há várias iniciativas no sentido de regulamentar a propaganda infantil no Brasil e podemos tratar deste assunto outro dia.
Pensando em "proteger de dentro pra fora", o contentamento é um dos preceitos do Yoga particularmente importantes. Encontrei um texto muito legal de uma educadora chamada Susan Kramer, parte do livro "Yoga for All Kids". Como tudo que é fundamental, parece óbvio. Fiz uma tradução livre deste trecho. Espero que seja útil:
"O contentamento com as suas coisas, com a situação do momento e com as pessoas que são ao longo de suas vidas é uma habilidade social da qual todas as crianças podem se beneficiar aprendendo e praticando na medida que seja possível....
O contentamento não reside em obter um determinado relacionamento ou mais e mais coisas - é uma atitude de apreciação....
As crianças poderiam compreender através do exemplo que é possível estar satisfeito (contente) e feliz ao mesmo tempo. O exemplo pode ser dado pelos adultos e pais agindo com apreciação pelo que passa a fazer parte de suas vidas momento a momento.
Levar as crianças a um passeio pelo campo, praia ou qualquer outro lugar bonito, grátis e natural pode ajudá-las a construir uma experiência de apreciação sem perturbar o senso de contentamento.
Para aliviar o estresse do dia-a-dia privilegiando o contentamento, praticar alguma atividade como caminhar ou andar de bicicleta pode ajudar."

Parece óbvio mas a correria parece nos indicar outras opções mais "práticas", não é mesmo?

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Jeanne! Olá pata todos!
Moro em frente a uma praça que apesar de não ser um lugar sempre limpo e preservado, de não ter água pura para beber e brincar, tem árvores belas,dá pra ver (entre os prédios) o sol se por, algumas raras estrelas...porém vivo essa triste realidade moderna, corro o dia inteiro e mesmo com esforço, mal consigo levar meus dois filhos para brincar,subir nas árvores, comer amora, correr...
Como libertar-se dessa vida louca e barulhenta?Sentir a natureza é vital e afinal, existe algo de mais valor para ensinar aos filhos do que saber viver com paz interior?
Um abraço!! Cintia

Selma disse...

Jeanne, adorei!
Temos mesmo que nos mexer para fazer algo pelos “pequenos”.
A sabedoria das crianças sempre vem à tona, mas não entendemos direito como funciona. Antes de desejarem “aprender”, desejam de verdade, viver inteiramente seus momentos, aproveitando-os ao máximo, com alegria, divertindo-se, e muitas vezes, esquecendo da vida, enquanto se envolvem em suas atividades. Independentemente dos problemas, traumas, dificuldades e necessidades que enfrentam (hoje sabemos que seu mundo não é tão encantado como imaginávamos), nós as vemos desenhando, pintando, escrevendo, ao mesmo tempo em que riem de suas próprias piadas, entregues às brincadeiras, totalmente plenas e confiantes.
Ao me deparar com esta inteligência conectada à ação de “honrar o aqui - agora”, (parafraseando Echart Tolle) própria do universo infantil, me sinto “uma mosquinha” diante delas, assim felizes, só pensando em usufruir do carinho, da atenção e dos espaços que lhes é oferecido, para ser o que são em todos os momentos, desligando-se completamente do passado e do futuro. Seriam somente simples crianças, alegres e descontraídas, se não fossem também, exemplos de força e coragem, apesar de não terem a mínima consciência desta bravura.
Desenvolvemos muitos estudos e muitos conceitos sobre a troca que se estabelece entre o adulto e a criança, mas as crianças sem nem mesmo saber, nos ensinam, na mais pura prática, que não existe um beneficiador e um beneficiado, ambos são favorecidos nestes processos. Acho que devemos estar mais do que alertas, principalmente abertos a aprender muito com elas, tentando invariavelmente, fugir dos estigmas e opiniões pré-concebidas acerca desse mundo que ainda, para nós, é maravilhoso e pouco explorado.
Fico feliz em ter a oportunidade de participar um pouquinho dessa sua maravilhosa empreitada!
Beijos
Selma